formação

Formação

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envolvimento e sensibilização dos agentes que operam no terreno, qualificando a oferta turística e adequando-a às especificidades do astroturismo

Capacitação dos agentes e especialização da oferta

À certificação Starlight Tourism Destination, atribuída ao Dark Sky Aldeias do Xisto juntam-se parceiros interessados em fazer do astroturismo uma aposta coesa e atrativa. Para a construção, promoção e comercialização de produtos especializados e integrados que explorem todo o potencial das atividades ligadas ao céu escuro, é essencial o envolvimento e a sensibilização dos agentes que operam no terreno, qualificando a oferta turística e adequando-a às especificidades do astroturismo. Foi com essa intenção que, entre 2021 e 2022, a ADXTUR promoveu ações de formação junto de agentes públicos e privados. Astroturismo, astronomia e poluição luminosa foram as temáticas abordadas, em várias sessões, por cientistas reconhecidos nacional e internacionalmente: Raúl Lima, doutorado em Engenharia Física - Modelização e Medição em Poluição Luminosa; Nuno Santos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto; e Miguel Claro, astrofotógrafo oficial da Reserva Dark Sky Alqueva e detentor de vários prémios na área da astrofotografia. As sessões contaram ainda com a participação da presidente da Associação Dark Sky, Apolónia Rodrigues.

Guias do céu

Sendo o astroturismo um mercado muito sensorial, é necessário que cada um dos operadores envolvidos conheça as suas especificidades. Além da criação de infraestruturas físicas e da capacitação dos operadores turísticos, a aposta na formação de guias do céu é indispensável. Tão importante como ter conhecimentos sobre astronomia ou poluição luminosa, é a capacidade de os transmitir e de adaptar as respostas ao público, mais ou menos exigente, a que se dirige. Este é também um trabalho central do projeto Dark Sky Aldeias do Xisto. 

Poluição Luminosa

Sabia que 99% da população da Europa e da América do Norte vive em locais com poluição luminosa? E que a Via Láctea já não é visível a olho nú para 66% da população europeia? Portugal é mesmo uma das piores regiões da Europa, com a luminosidade produzida essencialmente ao longo da costa a atingir todo o Interior do país. Ao falarmos de poluição luminosa não falamos apenas de luz em demasia, mas sim dos impactos que esse excesso tem nos mais variados quadrantes: astronomia, ecossistemas, saúde, economia, alteração da paisagem, segurança, turismo, ciência, edução, ciências sociais. É urgente uma mudança de paradigma para que possamos continuar a usufruir do céu na sua plenitude e garantir que, na terra, se mantém o equilíbrio. Tendo em conta este cenário, o Dark Sky Aldeias do Xisto assume também uma componente ambiental e sustentável. Por isso, a intervenção na iluminação pública, tendo em vista o controlo da poluição luminosa, contribuindo para a preservação da visibilidade, transparência e escuridão do céu é um dos pilares do projeto. Em paralelo, procura-se a alteração dos padrões de consumo, promovendo a eficiência energética do território. Esta atuação passa por desmistificar alguns conceitos e sensibilizar entidades públicas e privadas, bem como a comunidade em geral para um uso correto da iluminação, recorrendo a ela apenas onde e quando realmente necessário. Iluminando bem, podemos voltar a ter céus estrelados na cidade. 

O que fazer para restaurar a noite

  • Mudar hábitos (optar por luzes âmbar, em vez de luzes/leds brancos)
  • Aceitar o escuro como parte intrínseca da natureza
  • Repensar a forma de iluminar (iluminar apenas onde é necessário e não apenas por ser esteticamente agradável)
  • Desligar luzes supérfluas
  • Criar legislação e regulação, estabelecendo, por exemplo, limites na iluminação pública
  • Incluir a poluição luminosa na agenda política
  • Apostar na educação e investigação
  • Criar mais reservas de céu escuro

Como observar o céu

De modo a garantir uma experiência de qualidade, há vários fatores a considerar quando decide observar o céu à noite. Tão importante como o equipamento utilizado, é preciso saber quais os objetos mais relevantes que estarão observáveis, os fenómenos astronómicos eventualmente previstos, a fase da lua, as condições meteorológicas ou a que horas escurece o céu. O brilho da Lua influencia fortemente as condições de observação do céu, quer à vista desarmada quer via telescópio. O ideal é escolher uma altura de Lua Nova, em que a luminosidade é menor. A altura do ano desempenha também um papel importante uma vez que a hora em que o céu está escuro o suficiente para realizar a observação varia com as estações. Da mesma forma, o tipo de objetos observáveis varia também ao longo do ano, havendo alturas em que é mais propício ver a Via Láctea e outras em que estarão mais visíveis outras galáxias. A meteorologia é igualmente um fator a considerar, sendo fundamental antecipar as noites de céu limpo.